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A mostrar mensagens de setembro, 2010

A minha terra...

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É a primeira hora da manhã. A luz ainda se espreguiça terminando uma noite longa, fria e estrelada. O meu olhar abre-se e foca as primeiras imagens, no caso, o tecto com ripas de madeira à moda antiga. Estou numa longínqua e remota aldeia transmontana, a minha terra... Aqui o silêncio é ensurdecedor, apenas adornado pelo discreto som do vento a roçar nas folhas, como que a imitar o mar, e interrompido pelo som melodioso, ritmado e afável do sino da igreja matriz. Ah o sino! Nada me faz sentir mais em casa do que o som daquele sino! Ao mesmo tempo reporta-me para o passado de outros tempos, onde o religioso era dono e senhor da vida dos humildes aldeões destas terras. O sino era o  maior instrumento do poder.  Ditava as horas, numa época em que praticamente não havia relógios*. Indicava a altura para se reunirem para as tradicionais missas e depois o início formal das mesmas. E aclamava para a reunião do povo, quer para informar da morte de algum vizinho, quer para a união de esforços